Não me interpretem mal.
Não é de arrependimento que venho falar-vos, tampouco de incertezas.
Falo-vos do vazio.
Dos espaços que, estando eternamente ocupados, por vezes nos ecoam na mente, como que para recordar que ali permanecem. Quietos. Imutáveis. Cimentados.
E os espaços - os do coração - são de quem são.
E nem mesmo quando os sentimentos que preenchem determinado espaço mudam, ele deixa de existir.
No coração não se troca de inclino.
No coração coleccionam-se as vivências e as recordações felizes.
No coração coleccionam-se as vivências e as recordações felizes.
O que nos chega ao coração, a gente tende a aprisionar.
E é assim, com corações cada vez mais esburacados, que vamos sendo felizes.
E embora um ou outro espaço esteja fisicamente vazio, eles estão prenhes de sonhos especiais:
Aqueles que já vivemos!